Apenas 15% dos sistemas solares existentes no universo são similares ao que vivemos, segundo as conclusões de um grupo de astrônomos após dez anos de pesquisas. Para o astrônomo Andrew Gould, professor da Universidade de Ohio (Estados Unidos), o dado é "positivo", porque "com bilhões de estrelas, reduzir as possibilidades para 10% significa que pode haver algumas centenas de milhões de sistemas similares".
"Agora sabemos qual é nosso lugar no universo", disse o astrônomo Scott Gaudi, da mesma universidade, para quem "os sistemas solares como o nosso não são raros, mas também não são maioria". Gaudi apresentará os resultados do estudo hoje em Washington durante uma reunião da Sociedade Astronômica Americana. Com eles, os cientistas devem poder fazer uma estimativa aproximada das possibilidades de vida no resto do universo.
A pesquisa é fruto de uma cooperação em nível mundial através do programa Microlensing Follow-Up Network (MicroFUN), sediada na Universidade de Ohio, que mapeia o céu na busca de planetas que se encontram fora do sistema solar. Os astrônomos do MicroFUN utilizam o efeito de microlente gravitacional, que ocorre quando uma estrela passa diante de outra, vista desde a Terra. A estrela mais próxima amplifica a luz da mais distante, como se fosse uma lente.
Esse efeito é mais intenso se houver planetas em órbita em torno da estrela que age como lente. As conclusões alcançadas pelos astrônomos se reduzem a uma análise estatística, diz Gould. Nos últimos quatro anos, o programa MicroFUN descobriu apenas um sistema solar parecido com o nosso, com dois planetas gigantes de gás similares a Júpiter e Saturno.
"Só achamos este sistema, e deveríamos ter encontrado seis até agora se cada estrela tivesse um sistema solar como o da Terra", disse Gaudi, ao explicar que este reduzido número de descobertas só faz sentido com a existência de um pequeno número de sistemas - ao redor de 15% - como o nosso.
Fonte:
05/01/2010 - 19h18
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amuei
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